domingo, 5 de maio de 2013

Análise do título da Vecchia Signora


O título da Juventus não poderia vir de maneira mais exemplar. Os bianconeros conquistaram o bicampeonato da Serie A com um resumo da temporada que fizeram. Empurrada pela torcida em Turim, a equipe de Antonio Conte fez o simples contra o Palermo. Contaram com uma defesa segura e um meio-campo dominante para alcançar a vitória por 1 a 0. O suficiente para celebrar o “seu” 31º título italiano – ou 29, como nas contas da federação.
Assim como em diversos momentos da campanha, a Juve mostrou-se confiante o suficiente, esperando o momento certo para chegar ao gol. Controlava o jogo e, mesmo sem ser sufocante no ataque, fazia o triunfo se tornar questão de tempo. O domínio da posse de bola e do território era evidente, de um time que parece sempre seguro de suas capacidades e também de suas carências.
O único gol da vitória foi marcado no início do segundo tempo. Após Vucinic ser derrubado na área, o árbitro marcou pênalti. Vidal cobrou no canto direito do goleiro Sorrentino e fez o gol.
Ameaçado pelo rebaixamento, o Palermo chegou a assustar. Nada suficiente para derrubar uma defesa que ostenta excelente média de 0,57 gols sofridos por partida. Como de costume, Andrea Barzagli, Leonardo Bonucci e Giorgio Chiellini deram poucos espaços ao ataque dos sicilianos.
A Juventus permaneceu na liderança da Serie A desde a primeira rodada. Desde 2002/03 os bianconeros não conseguiam um domínio tão grande na tabela da competição.
Na temporada 2011/12, a Juventus terminou invicta conquistando o título na penúltima rodada, no dia 6 de maio. Desta vez, a conquista veio no dia 5 de maio, mas desta vez com três rodadas de antecedência. Mesmo sem ter conseguido o título invicto, o domínio da Vecchia Signora na Serie A foi imenso. Até os protagonistas foram os mesmos. Pirlo foi um dos grandes nomes da conquista anterior. Desta vez, é preciso destacar ainda mais outros dois jogadores de meio-campo: Claudio Marchisio e Arturo Vidal. Dois gigantes do meio-campo da Juve.
Vidal cresceu muito de produção nesta temporada, tornando-se um jogador ainda mais importante para o time. Versátil, marcador, chuta de fora da área e tornou-se o batedor de pênaltis da equipe. É um jogador de meio-campo completo. Além de marcar gols na temporada, ainda é o líder em assistências do time. O motor de um time que se caracteriza pela força de combate e de transição no meio-campo.
Uma força que se caracteriza no meio-campo é também pela presença de Claudio Marchisio. Um jogador que poderia ser considerado volante no Brasil, mas que sustenta qualidades de um meia ofensivo. Não por acaso, também se destaca pelos passes que faz para gols do time, assim como pelo seu trabalho no meio-campo para recuperar a bola e sair para o jogo. No final da temporada, Antonio Conte o deslocou para um papel ainda mais ofensivo do que estava acostumado a desempenhar até então, atuando atrás do atacante, em geral Mirko Vucinic. Marchisio se adaptou bem a essa posição, pela boa presença que consegue ter no ataque.
Um dos motivos para Conte colocar Marchisio mais para frente no posicionamento ofensivo foi Paul Pogba, meio-campista francês que ocupa exatamente a posição de Marchisio e Vidal. Contratado junto ao Manchester United no início da temporada, o jogador de 20 anos foi ganhando espaço e termina a temporada como titular do time, se destacando pela força física e vigor na transição de jogo da defesa para o ataque. Seus chutes de fora da área proporcionaram alguns belos gols e Pogba virou jogador de seleção francesa. Merece destaque por ter se tornado um jogador importante logo na sua primeira temporada no clube, aos 20 anos.
A segurança do time é certamente um dos motivos da confiança enorme que a equipe de Antonio Conte joga e domina o Campeonato Italiano. Nenhum dos times concorrentes conseguiu alcançar o seu nível de futebol. O desafio, agora, é chegar ao nível dos melhores da Europa.
Obviamente, como em um bom resumo, algumas deficiências ficaram evidentes, principalmente no ataque. A falta de um poder de decisão maior deixou o time em maus momentos algumas vezes, mas nada que atrapalhasse o título. E é neste ponto que a Vecchia Signora deverá se concentrar para manter a supremacia na Itália.
Fernando Llorente é a primeira promessa cumprida de um elenco ainda mais forte na próxima temporada. Com isso esperamos que a equipe corresponda melhor na próxima Liga dos Campeões. Diante de um elenco com tantos atributos, elevar este nível parece questão de pouco tempo.

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